O som grave de baixo profundo do trem parecia cantar o nome dela. E ele sorriu para o trem, sem medo de parecer bobo ou esquisito. Subiu no ônibus costumeiro, mas que não lhe parecia o mesmo. Uma aura de alegria envolvia as coisas tangíveis.
Deu bom dia ao motorista, que o olhou atravessado e respondeu “bom dia”. E lhe pareceu o som da voz dela a lhe dizer entre olhos de sono e deleite “bom dia”. E ele novamente sorriu sem medo.
Trabalhou com ânimo renovado, as idéias lhe fluíam a cabeça entre imagens que lhe vinham à memória: Um sorriso tímido, um jeito doce de carinhar seu braço, um vestido esvoaçante, os lábios colados aos seus e pernas entrecruzadas no sofá.
No final da tarde, subiu a colina mais próxima. O peso dos 40 anos em suas costas, já não o sentia. Era de novo jovem. Era o sonhador que há muitos anos fora. Do alto, não divisava a cidade a seus pés a oferecer-se como ela docemente o fizera. Enxergava apenas o imenso coração dourado plantado no centro da colina, que como um segundo sol a tudo e todos iluminava. E no meio do coração de ouro, um nome gravado a cinzel exibia-lhe a medida exata de sua alegria incomensurável.
3 comentários:
Taqueopariu... tô emocionada no meio do trabalho, onde eu deveria ser uma mulher durona. Isso é coisa que se faça?
Suzy é uma mulher de muita sorte, tem pra si um homem com um dos maiores corações que já tive a alegria de conhecer.
Putzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...
Putz nada, Mr. Patrice Mersault. É a hora e a vez do senhooooouuur escrever também. :P
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