Síntese da vida de um príncipe-burguês-nobre-plebeu que desafiou a lei da gravidade

Sou irresistível, isso é inegável. Incorreto seria fingir modéstia e esconder o fato. Meu corpo esquelético é um artifício para que as mulheres não se concentrem em coisas banais e admirem meus atributos reais. Meu nariz grande também tem esse propósito, tapa completamente meu rosto perfeito (a perdição para qualquer mulher). Não sou inteligente, não me esforço para conseguí-lo e isso também é proposital. Não quero ser amado pelo fato de ser inteligente. Não tenho dinheiro... e, claro, é mais um modo de não deixar desviar o foco para coisas materiais. Não tenho carros, nem moto e nem mesmo uma casa, que além do fato de não acrescentarem nada às minhas inigualáveis qualidades, não estão ao meu alcance nesse exato momento (pelo simples fato, citado acima, de que não tenho dinheiro).

Procurei, durante toda minha vida, esquecer a parte física e material para dar lugar a coisas mais elevadas, meus predicados ocultos que não há como resistir.

Depois de todo esse trabalho me deparei com um enigmático pensamento que me intriga até hoje: que merda... se eu não tiver nada além dessa carcaça tô ferrado!!!