domingo, novembro 11, 2007

Homens neuróticos, mulheres nervosas

Para quase todos os campos do conhecimento humano, há um especialista. Pessoas que dedicam suas vidas ao estudo e desenvolvimento de algum coisa. Há, por exemplo, especialistas em arquitetura, engenharia, medicina, geologia, física, matemática, zoologia... Especialistas em merda (os medicos pra quem você leva o exame de fezes) e, infelizmente, proctologistas. Há até aqueles que acham que sabem alguma coisa de psicologia, dá para acreditar?
Se pararmos para pensar, vamos notar que em todos os lugares algumas pessoas sabem mais que outras sobre certos assuntos. Estudaram, se aplicaram naquilo e possuem mais conhecimento. Menos num campo: os relacionamentos . Não estou falando apenas de relacionamentos amorosos, mas sim de qualquer tipo de contato com outras pessoas. Ninguém sabe nada sobre relacionamentos (¿ALQUÉM AÍ CONHECE UMA PESSOA QUE SAIBA ALGO?).
Você pode ter se casado 517 vezes; pode ter tipo 2635 amantes; pode ter convivido com 100000 pessoas diferentes; pode ter sido traído e também pode ter traído; pode ter 127 anos ou apenas 27; pode ter 12 filhos, 30 netos e 2 bisnetos ou apenas um filhinho recém nascido; pode ter 2000 amigos ou simplesmente uma dezena de colegas; pode ser um político bem popular ou um balconista de uma loja de livros usados. Você sabe sobre relacionamentos exatamente a mesma coisa que todas as outras pessoas: que não dá para ter certeza de nada. Tudo que envolve o ser humano é incerto e indefinível.
O mais incrível é que depois de uma briga com um namorado(a), um amigo(a), pai, mãe, irmã ou qualquer outra pessoa, nós sempre achamos que conhecemos mais sobre as pessoas e que nunca mais vamos nos enganar. O mesmo acontece com o inverso, quando encontramos alguém "diferente" com quem nos damos muito bem, uma pessoa que nos compreende e que nós compreendemos. O EU se sente seguro e confortável... se acha mais experiente e obviamente mais inatingível. E mais incrível ainda, depois de uma semana (um mês, dois dias, um minuto), aquela pessoa que era tão insensata, tão imatura e tão descontrolada parece bem mais normal. Ainda tem algumas chatices mas isso fica bem mais aceitável e desimportante. E a outra pessoa que parecia tão perfeita começa a mostrar pequenas coisas desagradáveis que incomodam e tiram aquele encantamento inicial. As duas acabam se tornando quase a mesma coisa, mas a impressão inicial era completamente diferente.
A idéia literária de relacionamentos perfeitos é bem perspicaz. A história sempre termina quando os problemas começariam. Sabemos que aquela velha idéia de felizes para sempre só dura a primeira noite. No dia seguinte a mulher acorda e recebe um "bom dia" meio mal humorado e com um mau hálito desgramado. Os dois amigos começam a discutir por que um pisou no pé do outro. Mãe e filha brigam para saber quem vai lavar a louça. O pai bate no filho por que ele bateu o carro, e por aí vai.
Enfim, a única coisa importante a saber sobre relacionamentes, é que precisamos deles. Vamos encontrar, inevitavelmente, pessoas melhores e piores do que as que nós já conhecemos. No fim da vida, tudo o que conseguirmos adquirir, recebemos das outras pessoas ou da convivência com elas. E o que terá valor são as coisas boas que conseguirmos aproveitar disso tudo.

"De tudo que é humano nada me é estranho" H. Gessinger

4 comentários:

Patrice Mersault disse...

Eu disse, eu avisei!!! Agora não venham reclamar... Princialmente a dona Ruby. Disse que gostava de porcaria, então tá aí.


hahahahahahahaha

Barbara Manoela disse...

caralhoooo.... que texto bacana... mandou benzaço!!!

Ruby Tuesday disse...

Baby my baby, assino embaixo da Valentina, vc mandou muito bem mesmo! Eu a-do-rei o texto.
E tô achando que vc é daquele tipo que acha que não escreve nada de bom, fica dizendo que não vai sair nada que preste, só pra esconder o talento. ;)

Quer confetinho? Tá aqui, ó! O texto ficou muito bom, e eu concordo em gênero, número e grau com as coisas que vc disse. No fundo, a gente não sabe nada de ninguem, nem de nós mesmos. Acredita que até hoje eu não sei me relacionar direito comigo mesma?

Patrice Mersault disse...
Este comentário foi removido pelo autor.