memórias póstumas

eu tinha 25 anos, namorava um cara grudentésimo e estava começando a me encontrar profissionalmente (pelo menos, era o que eu acreditava, na época). todos os dias, ele ia me esperar na porta do trabalho, com uma flor na mão e, depois de algum tempo, eu já tava de saco cheio daquela paparicação e daquele grude todo. Mulher, definitivamente, não gosta de homem bonzinho e mané.
Ele tinha um melhor amigo, que morava em uma cidade do interior de SP, pertinho, na verdade. E esse amigo morava com 3 outros amigos. E eis que um dia, ele passou o telefone pra um desses amigos, e começamos a conversar. De lá, fomos pro ICQ, começamos a trocar e-mails e telefonemas, e veio vindo uma vontade louca de se ver... eis que um dia, a gente combinou de finalmente se encontrar, em um shopping de SP, e ele veio de lá do interior pra cá, e a gente se encontrou.
Foi a primeira vez que eu saí com um cara direto pro motel. Até então, eu só tinha namorado "sério" e, confesso, era muito imatura pra essas coisas de "one night stand". E ele foi super fofo, pegou a suíte mais bacana, passamos a noite e a manhã do outro dia no maior chamego. Mas eu era a "namoradinha do amigo meu" (no caso, eu era a namorada do amigo do irmão dele; namorada do melhor amigo do cara que dividia apê com ele, enfim, toda uma merda) e aquela história não poderia continuar.
Passamos um fim de semana juntos, numa pousadinha linda, em Atibaia, e essa é uma das lembranças mais doces que tenho dessa história. Depois, nos encontramos mais uma vez, pra nunca mais.
Ele tinha recém terminado um relacionamento longo e acho que não queria confusão pra vida dele. O que eu poderia fazer ou dizer?
Fiquei alguns meses meio desnorteada, até que, finalmente, terminei com o grudentinho e fui viver.
Ficar com esse cara me ensinou muitas coisas, me fez amadurecer com mulher e, principalmente, me fez entender que quando a coisa não estiver indo bem, a fila deve andar.