sexta-feira, junho 20, 2008

O verdadeiro Patch Adams


Eu sei que todo mundo têm muito o que fazer, ou pelo menos acha que têm, mas não poderia deixar de fazer essa indicação. Semana passada estava em São Paulo andando pelo Extra e encontrei sem querer o filme “Patch Adams – O amor é contagioso” e, claro, comprei. Já o tinha assistido algumas vezes mas queria tê-lo em casa. Depois de assistir fui procurar na internet se havia informações sobre o verdadeiro Patch Adams e encontrei no youtube uma série de vídeos de uma entrevista que ele deu para o programa Roda Viva, da TV Cultura. Acabei descobrindo que o personagem do filme, interpretado por Robin Willams, é apenas a caricatura do verdadeiro Patch e que o filme é muito bom mas bem pobre se analisarmos tudo que Patch busca e acredita.

Num mundo absurdo, desumano, desonesto, inescrupuloso, mentiroso e capitalista (não só o sistema capitalista mas a mente mesquinha e individualista) ele é “um tapa na cara” de todos nós que vivemos nossas vidas em busca de satisfação pessoal, felicidade individual e bens particulares. O ser humano conseguiu se enganar e achar que realmente será mais feliz se conseguir juntar o máximo de dinheiro possível. Foi levado desconfiar de todos os outros seres humanos ao ponto de se distanciar cada vez mais deles para se sentir seguro. Se iludiu ou foi iludido e acredita que o sistema é imutável, que essa é a única maneira de se viver e que não há possibilidade de melhora. Patch nos faz ver que se isso for realmente verdade o melhor é nos destruirmos o mais rápido possível para evitar sofrimentos maiores. Se essa é a realidade nosso destino é um fim horrível.

É engraçado ver as crianças e como elas se comportam. Sua inocência mostra o que estamos fazendo com elas. Crianças de 5 ou 6 anos já sabem muito bem o que querem ser e ter quando forem maiores. É interessante quando vejo meus vizinhos ( meninos entre 6 e 8 anos) admirarem carros luxuosos que eles vêem nos filmes. Só querem usar roupas das marcas que os amiguinhos gostam e que passam na TV. Gostam dos Bad Boys da TV que sempre tem meninas por perto, dinheiro fácil, carros legais e uma vida divertida. As meninas fazem o mesmo, o que muda são só os tipos de desejos.

Na verdade nós os fazemos acreditar que isso é o melhor da vida. A TV, o rádio, os outdoors, as propagandas, as músicas, os filmes e principalmente nossas atitudes dizem isso. Conseguimos acreditar e fazê-los acreditar que devemos ser como Donald Trump, Bill Gates ou Carlos Slim Helú. Só tem um problema nisso. Se cada um de nós tiver as prioridades que eles têm, nosso fim vai passar de horrível para catastrófico. É melhor procurar nos espelhar em outro tipo de pessoas. Patch Adams, Gandhi , Jesus Cristo, Albert Schweitzer e Einstein são algumas delas.


Minha dica: Vejam o filme e depois assistam no youtube a entrevista que o Patch deu para o Roda Viva.

Um comentário:

Ruby Tuesday disse...

Graças a Deus a minha filha de cinco anos ainda não tem essas prioridades horríveis na cabeça. Está sendo influenciada pela escola, pelos amigos, disse um dias que quer ser rica. Mas no fundo tudo o que ela ainda quer é poder criar, desenhar, brincar.

Um dia perguntei a ela o que a gente precisava pra ser feliz. Ela me disse com a maior naturalidade que era brincar. E que pra ser feliz no banho, a resposta era "brincar no banho".

Brincar envolve imaginação, entrosamento, criatividade, liberdade, convivência.
Fiquei pensando sobre aquilo.
Deve ser verdade. Pena que a gente se esquece do que é importante quando crescemos.