domingo, maio 20, 2012

Das Dores

Hoje, sou Maria. Das Dores, como minha avó que, com seus olhos verdes e seu perfume inconfundível, sabia me acalmar e me aninhar como ninguém. Em seu colo, me sentia acolhida e protegida. E com ela, aprendi que batom vermelho é acessório imprescindível na vida da mulher moderna.
Mas também sou Tereza, a outra avó. Com quem eu aprendi a fazer tapioca e massa de gnocchi, e aprendi que a gente nunca deve partir o macarrão ao meio antes de cozinhá-lo em água fervendo, com bastante sal e o mais importante: sem óleo.
Também sou Maria de Lourdes. E com minha mãe, aprendi que a vida é um desafio a ser superado diariamente, mas sempre com bom humor.
E sou Barbara, como minha bisavó: mulher de temperamento forte e sem papas na língua, com um coração enorme e generoso, que acolhia tudo e todos, sempre com um gostoso prato de pasta e um bom vinho italiano.
Sou Áurea, a avó dos grandes olhos castanhos, cabelos cacheados e mãos de pianista, que só conheci por fotografias.
Sou todas as mulheres incríveis e fortes da minha família: carrego no corpo e na alma toda a ancestralidade e sabedoria dessas e de tantas outras, que fizeram de mim a mulher que sou hoje.

Não vou desistir do meu amor, por mais que seja dolorido ver fotos e lembrar de um tempo que não volta mais: sei que meu papel é estar ao lado dele, do jeito que for.

sempre amor

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