sexta-feira, setembro 05, 2008

Vladimir Maiakóvski

Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.

Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?

O mar da história
é agitado.

As ameaçase as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

2 comentários:

Unknown disse...

Poema forte, esse...
Gostei.
Beijos

Barbara Manoela disse...

como uma quilha corta a água. e como a TPM estraga o dia da gente.
beijo.