segunda-feira, agosto 23, 2010

para r.

sentiu seu coração apertar quando o viu chegar, porque sabia que aquela noite não terminaria como as outras. dentro dela, só cabia uma idéia: fazer o que era certo. olhou pra dentro de si, pros fantasmas ao seu redor e pensou "mas que droga!" - como se a poesia e o romantismo tivessem morrido.

na verdade, o que morreu um pouco foi ela mesma, ao enxergar suas escolhas como quem enxerga a própria vida de outro ângulo, e entender que ainda não estava pronta pra deixar o passado ir embora. e que ainda havia muito o que resolver e desapegar, antes de seguir seu caminho.

consciente de sua escolha, encarou-o e disse o que pensava; no fundo torcendo para que ele discordasse, argumentasse, tentasse convencê-la do contrário, mas nada disso aconteceu, e ela sentiu seu coração, entre dolorido e aliviado, lhe dizer que havia feito a coisa certa. e que nunca iria faltar amor.

Nenhum comentário: