terça-feira, maio 14, 2013

Emocionalmente Débil (a duas mãos)

Sou emocionalmente débil.

Epa:

Entrego meu coração de bandeja, a vinagrete, para uma mulher que não merece o presente. Para uma que o prova, saboreia, digere e aproveita. Depois paga a conta e vai embora.

Ruby:

Que quando ele saia, mastigando os últimos pedacinhos, a seiva que lhe corre por dentro vá trazendo à tona as memórias, as mesmas que eu tenho aqui, nessa poltrona, perguntando por quê, tentando entender o que não se explica.

Epa:

E tonto que sou, tongo apaixonado, ultimo encarnado flechado pelo querubim gordinho, fico prostrado, atirado, rasgado ao meio. Como um pão sem mortadela, um queijo sem goiabada. Como um cão sarnento delegado a uma nota de rodapé na história de alguém.

Ruby:

Emocionalmente débil. Tentando esvair através da poesia, da cerveja, do som tocando, do violão faltando uma corda, o que eu não sei tirar aqui de dentro. Querendo aprender a não lidar mais com nenhum deles desta forma, mas sabendo que o melhor de mim está justo em ser assim. Num dilema esticado por discussões entre anjo e diabinho, um em cada ombro, madrugada adentro.

Epa:

Eternamente incompleto. Eternamente em busca. Sem sincronia. Sem sorte. Sem entendimento de que sou o cara certo pra ela. De que sou o cara certo pra mim mesmo. Profissionalmente estável. Financeiramente bem. Emocionalmente débil. Sempre um passo atrás. Perdendo pra o ex. Perdendo pra o destino.

Ruby:

Até o dia em que amanhecer diferente, mais uma vez, e o próximo par de olhos lindos chegar arrasando comigo. Eu sei que vai acontecer, que um dia o mar vai acordar de ressaca e levar tudo pelo caminho outra vez. Mas desta vez vai ser a pessoa certa. E se não for desta vez, haverá uma próxima.

Epa:

Emocionalmente débil. Porque ela é mar, e me envolveu, e me arrebatou com aquele par de olhos castanhos. Mas traiçoeiro é o mar, como ela também o é. E os poemas, o "dar de mim", para ela nunca nada significaram alem de palavras jogadas ao vento. Palavras pequenas, num pequeno blog, num pequeno canto. Cansado. Débil e cansado de sofrer a mesma história tantas vezes lida.

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